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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Parábola da Paz Perfeita






Resultado de imagem para storm in the mountain



Era uma vez um rei, e o rei ofereceu um grande prémio ao artista que fosse capaz de captar numa pintura a paz perfeita.

Foram muitos os artistas que tentaram. O rei observou e admirou todas as pinturas, mas houve apenas duas de que ele realmente gostou e decidiu que iria  escolher entre ambas. A primeira era um lago muito tranquilo. Este lago era um espelho perfeito onde se reflectiam umas plácidas montanhas que o rodeavam.

Sobre elas encontrava-se um céu muito azul com ténues nuvens brancas.

Todos os que olharam para esta pintura pensaram que ela reflectia a paz perfeita.

A segunda pintura também tinha montanhas.

Mas estas eram escabrosas e estavam despidas de vegetação.

Sobre elas havia um céu tempestuoso do qual se precipitava um forte aguaceiro com faíscas e trovões. Montanha abaixo parecia retumbar uma espumosa torrente de água. Tudo isto se revelava nada pacífico.

Mas, quando o rei observou mais atentamente, reparou que atrás da cascata havia um arbusto crescendo de uma fenda na rocha. Neste arbusto encontrava-se um ninho. Ali, no meio do ruído da violenta camada de água, estava um passarinho placidamente sentado no seu ninho.

Paz perfeita!

O rei escolheu a segunda e explicou:

“Paz não significa estar num lugar sem ruídos, sem problemas, sem trabalho árduo ou sem dor. Paz significa que, apesar de se estar no meio de tudo isso, permanecemos calmos no nosso coração”.

Este é o verdadeiro significado da paz.

Fonte: FilosofiaEsoterica.com







sábado, 27 de julho de 2013

Encontro de Sentimentos







Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da Terra. O ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez que não suportava mais ficar à toa e a LOUCURA, como sempre louca, propôs-lhe:
-Vamos brincar de esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou-lhe:
-Esconde-esconde? Como é isso?
-É um jogo - explicou a LOUCURA - em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se
escondem. Quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.
O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA... A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar. A VERDADE preferiu não esconder-se. Para quê, se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
-Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu tropeçando na primeira pedra do caminho. A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que, com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta. A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos: se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE, e assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início, ventilado, cómodo, mas apenas para ele. A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e o DESEJO, no centro dos vulcões. O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é importante. Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre as suas flores.
- Um milhão - terminou a LOUCURA, e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus no céu
sobre zoologia. Sentiu-se vibrar o DESEJO nos vulcões. Em um descuido encontrou a INVEJA, e, claro, pôde deduzir onde estava o TRIUNFO.
EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA. A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem se decidir de que lado esconder-se.
E assim foi encontrando todos. O TALENTO, entre a erva fresca; a ANGÚSTIA, em uma cova escura; a MENTIRA, atrás do arco-íris (não, mentira, ela estava no fundo do oceano); e até o ESQUECIMENTO, para quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.

A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se. Chorou, orou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia. Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na Terra, O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.

A Ilha






  Em certo lugar do oceano havia uma ilha onde moravam todos os sentimentos: a ALEGRIA, a TRISTEZA
e muitos mais, incluindo o AMOR.
 Um dia foi avisado aos moradores que a ilha ia afundar. Todos os sentimentos se apressaram em sair da ilha, embarcaram em suas lanchas e se prepararam para partir. Mas o AMOR ficou, porque queria demorar-se mais um pouco na ilha que tanto amava, antes de que afundasse.
 Quando, finalmente, a ilha começou a afundar, e o AMOR estava quase afogando, ele começou a pedir ajuda. Passava por ali a RIQUEZA, e o AMOR lhe disse:
- RIQUEZA, leve-me consigo!
- Não posso, carrego muito ouro e prata no meu barco. Não tenho espaço para você!
 O AMOR pediu ajuda à VAIDADE, que também ia passando:
- VAIDADE, por favor, ajude-me!
- Não posso ajudá-lo, AMOR! Você está todo molhado e vai estragar meu barco novo!
 Então o AMOR pediu ajuda à TRISTEZA:
- TRISTEZA, me deixa ir com você?
- Ah! AMOR! Estou tão triste que prefiro ir sozinha...
 Também passou a ALEGRIA, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o AMOR chamar!
Desesperado, o AMOR começou a chorar. Foi, então, que uma voz o chamou:
- Venha, AMOR, eu o levo!
Era um velhinho, mas o AMOR estava tão feliz que se esqueceu de perguntar-lhe o nome.
 Quando chegou à terra firme, o AMOR perguntou à SABEDORIA:
- SABEDORIA, quem era aquele velhinho que me trouxe até aqui?
A SABEDORIA respondeu:
- Era o TEMPO.
- O TEMPO? Mas por que só o TEMPO quis trazer-me?
A SABEDORIA respondeu:

- Porque só o TEMPO é capaz de ajudar e entender um grande AMOR!

Fonte: Muralijoia.com

sábado, 26 de janeiro de 2013

O Valor do Tempo





                                    


 Conta-se que um jovem de uma aldeia no interior da China não dava nenhuma importância ao tempo. Sempre deixava tudo para depois, sempre se julgava novo demais para fazer qualquer coisa naquele momento, sempre alegava que o que mais tinha era tempo. E exatamente por ter muito, não o valorizava. Certo dia, porém, esse jovem se encontrou com um velho sábio que dizia ser uma pessoa feliz, pois soube muito bem aproveitar o seu tempo e, mesmo no fim de sua vida, o que ele mais fazia era valorizar o pouco tempo que ainda lhe restava. Curioso com tamanho disparate, o jovem perguntou:

– Senhor, por que você valoriza tanto o tempo? Poderia me dizer qual é o real valor dele?

O sábio, percebendo o interesse, respondeu:

– Para você entender o valor do tempo, vamos transformá-lo em dinheiro. Imagine que você tenha uma conta corrente e, a cada manhã, você acorde com um saldo de 86.400 moedas. Só que não é permitido transferir esse saldo do dia para o dia seguinte. Todas as noites, sua conta é zerada, mesmo que você não tenha conseguido gastar durante o dia. O que você faz?

– Eu gastaria cada centavo todos os dias, é claro! – respondeu convicto o jovem.

– Sim, gastaríamos cada centavo. Pois bem, todos nós somos clientes desse banco, que se chama tempo. Todas as manhãs, são creditados para cada um 86.400 segundos. Todas as noites, o saldo é debitado como perda. Não é permitido acumular esse saldo para o dia seguinte. Todas as manhãs, a sua conta é reiniciada, e todas as noites, as sobras do dia se evaporam. Não há volta. Você precisa gastar vivendo no presente o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor: na saúde, na felicidade e no sucesso! O relógio está correndo. Faça o melhor para o seu dia-a-dia. Para perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano. Para dar valor a um mês, pergunte a uma mãe que teve o bebê prematuramente. Para perceber o valor de uma semana, pergunte ao editor de um jornal semanal. Para conhecer o valor de uma hora, pergunte aos amantes que estão esperando para se encontrar. Para você encontrar o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu um trem. Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente. Para você aprender o valor de um milissegundo, pergunte a alguém que recebeu a medalha de prata na Olimpíada. Valorize cada momento que tem! E valorize mais porque você deve dividir com alguém especial o suficiente para gastar o seu tempo junto com você. Lembre-se de que o tempo não espera por ninguém. Ontem é história. O amanhã, um mistério. O hoje é uma dádiva. Por isso, é chamado presente!

O jovem ficou pensativo e ali mesmo decidiu viver o tempo intensamente, viver como se cada segundo fosse o último de sua existência. E conta-se que, graças a isso, esse jovem cresceu, fez fortuna, criou uma grande família, foi feliz e respeitado como uma pessoa que sempre soube dar o devido valor ao tempo.


Fonte: Gambare!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sons Inaudíveis







 Um rei mandou seu filho estudar no templo de um grande Mestre, com o objetivo de prepará-lo para ser uma grande pessoa. Quando o príncipe chegou ao templo, o Mestre o mandou sozinho para uma floresta. Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever todos os sons da floresta. Quando o príncipe retornou ao templo, após um ano, o Mestre lhe pediu para descrever todos os sons que conseguira ouvir. Então disse o príncipe:
- Mestre, pude ouvir o canto dos pássaros, o barulho das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo na grama, o zumbido das abelhas, o barulho do vento cortando os céus…
E ao terminar o seu relato, o Mestre pediu que o príncipe retornasse à floresta, para ouvir tudo o mais que fosse possível. Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu à ordem do Mestre, pensando:
- Não entendo, eu já distingui todos os sons da floresta…
Por dias e noites ficou sozinho ouvindo, ouvindo, ouvindo… Mas não conseguiu distinguir nada de novo além daquilo que havia dito ao Mestre. Porém, certa manhã, começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes. E quanto mais prestava atenção, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz. Pensou:
- Esses devem ser os sons que o Mestre queria que eu ouvisse…
E sem pressa, ficou ali ouvindo e ouvindo, pacientemente. Queria Ter certeza de que estava no caminho certo. Quando retornou ao templo, o Mestre lhe perguntou o que mais conseguira ouvir.
Paciente e respeitosamente, o príncipe disse:
- Mestre, quando prestei atenção, pude ouvir o inaudível som das flores se abrindo, o som do sol nascendo e aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da noite…
O Mestre sorrindo, acenou com a cabeça em sinal de aprovação, e disse:
- Ouvir o inaudível é ter a calma necessária para se tornar uma grande pessoa. Apenas quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, seus medos não confessados e suas queixas silenciosas, uma pessoa pode inspirar confiança ao seu redor, entender o que está errado e atender às reais necessidades de cada um.”

Fonte:Sabedoria Universal

A Dama Malvada e o Leiteiro Sábio








Uma vez, um homem muito rico estava vivendo em Benares, na Índia do Norte. Ele tinha uma filha que era uma das mais belas mulheres na cidade, sua pele era macia como pétalas de rosas, seu corpo era belo como uma flor de lótus, e seus cabelos tão negros como a noite, porém, infortunadamente, sua beleza era somente à flor da pele, porque, por dentro, ela era muito cruel.  Ela insultava seus serventes e até mesmo se deleitava em bater neles. Ela tornou-se conhecida como “ A Dama Malvada”.

Um dia ela desceu ao rio para seu banho, enquanto banhava-se, suas jovens serventes brincavam e espirravam a água. De repente se tornou escuro e uma forte tempestade de chuva caiu sobre elas. A  maioria das serventes e dos guardas correu. As jovens serventes falaram entre si, “Este pode ser o momento ideal para livrar-se da Dama Malvada de uma vez por todas!” Assim eles a abandonaram alí, ao largo. A tempestade tornou-se de mal a pior a medida em que sol se punha.

Quando as jovens serventes chegaram em casa sem a Dama Malvada, o homem rico perguntou-lhes, “Onde está minha preciosa filha?” Elas responderam, “Nós a vimos saindo do rio, mas desde então não a vimos mais. Não sabemos aonde ela foi.” O homem rico mandou seus parentes procurá-la, porém ela não foi encontrada em lugar algum. Nesse meio tempo a Dama Malvada havia sido arrastada correnteza  abaixo pela feroz enchente do rio.

Aconteceu exatamente de existir um santo homem vivendo na floresta próxima ao rio. Nesta área tranqüila ele tinha estado meditando por um longo período, até que chegou a desfrutar a felicidade interna de um elevado estado mental. Por causa desta felicidade, ele sentia-se bastante seguro de que havia deixado para trás os desejos mundanos.

Era mais ou menos  meia-noite quando a Dama Malvada, carregada pela violência das águas do rio, passava pela choupana do santo homem. Ela estava chorando e gritando por socorro. Quando a ouviu, o santo homem compreendeu que uma mulher estava em perigo. Então, ele pegou uma tocha, desceu para o rio, e a viu sendo arrastada ao longo. Ele mergulhou e a salvou, ele a confortou dizendo, “Não se preocupe, eu cuidarei de voce.”

Ele a carregou para dentro de sua choupana e acendeu o fogo para secá-la e aquecê-la e deu-lhe frutas para comer. Quando ela comeu o bastante, ele perguntou, “Onde você  mora? Como você caiu no rio? ” Ela então lhe falou sobre a tempestade e de como suas serventes a desertaram. Ele teve compaixão por ela e a deixou dormir em sua choupana pelas duas noites que se seguiram, enquanto ele próprio dormia ao relento.    

Quando ela recuperou suas forças, ele lhe disse que era tempo dela retornar à casa. Mas ela sabia que ele era o tipo do homem santo que jurou nunca viver com uma mulher como marido e mulher, e que foi por isso que ele dormiu ao relento e a deixou dormir em sua choupana.

E justamente para provar sua própria superioridade sobre ele, a Dama Malvada decidiu seduzi-lo levando-o a quebrar sua promessa religiosa. Ela recusou-se a ir embora enquanto não o induzisse pela astúcia a enamorar-se dela e usou das posturas, truques e bajulações que as mulheres aprendem. O santo homem não foi forte o bastante para resistir ao jeito tentador dela e poucos dias depois foi seduzido e quebrou sua promessa.

Começaram então a viver juntos na calma floresta como se fossem marido e mulher, ele perdeu a felicidade interna que havia adquirido através de anos de meditação.

Porém,  muito rápido a Dama Malvada tornou-se entediada com a vida na floresta pois sentia falta do barulho e da agitação da vida agitada da cidade. Tanto arrulhou, tanto persuadiu, que o convenceu, e eles mudaram-se para uma vila próxima.

De início, o santo homem a manteve com a profissão de leiteiro. Tempos depois, os aldeões chegavam e lhe pediam conselhos e logo entenderam que o fato de ouvi-lo lhes traziam boa sorte. Então começaram a chamá-lo de “Leiteiro Sábio,” e lhe deram uma cabana para morar.

Aconteceu que um dia a vila foi atacada por uma quadrilha de bandidos que roubaram todas as coisas valiosas e seqüestraram alguns dos aldeões, incluindo a Dama Malvada. Quando chegaram aos seus esconderijos na floresta dividiram seus saques e quando começaram a dividir os prisioneiros, o chefe dos bandidos se sentiu atraído pela grande beleza da Dama Malvada e a tomou para si como esposa.

Todos os demais prisioneiros foram logo libertados e quando retornaram à vila o Leiteiro Sábio perguntou o que aconteceu com sua esposa.  Eles disseram que ela fora mantida como esposa pelo bandido chefe. Ele pensou, “Ela nunca será capaz de viver sem mim e irá encontrar um jeito de escapar e vir para mim.”

Entendendo que a vila agora era azarada, todos os outros a deixaram,  mas o Leiteiro Sábio permaneceu em sua cabana, convencido de que sua esposa voltaria.

Eis que, pasmem,  a Dama Malvada adorou a excitada vida dos bandidos! Porém, preocupada que seu marido pudesse vir e levá-la de volta, pensava que poderia então perder todas as suas mais recentes luxúrias, e que seria mais seguro esconder-se dele. Ela pensou, “Vou mandar uma carta para ele, fingindo amá-lo  profundamente  e,  justamente como antes, vou usar meu poder de sedução para levá-lo à ruína só que desta vez ele irá encontrar sua morte e eu continuarei como a rainha do bandido!”

O Leiteiro Sábio acreditou em todas as palavras quando recebeu a  carta. Ele precipitou-se dentro da floresta e correu para o esconderijo da quadrilha de bandidos.  Chamou por ela e quando  apareceu ela lhe disse, “Oh meu senhor e mestre, estou tão feliz de lhe ver, não vejo a hora de escapar daqui consigo, mas agora não é um bom  momento, pois o bandido chefe poderia facilmente nos seguir e matar-nos. Portanto, esperemos até cair a noite.” Ela o levou para dentro, deu-lhe comida e o escondeu num armário.

O chefe dos bandidos estava bêbado quando retornou à noitinha. A Dama Malvada lhe perguntou, “Meu senhor e chefe, o que faria se visse agora o meu ex-esposo?” Ele gabou-se dizendo, “Eu bateria nele e o chutaria de um lado da sala para o outro. Onde está ele agora?” Ela respondeu, “Ele está mais próximo do que você pensa.  Na verdade, ele está aqui mesmo neste armário!” 



O bandido chefe abriu a porta do armário,  arrastou o Leiteiro Sábio e, exatamente como gabara-se, começou a bater e chutá-lo pela sala. Sua pobre vítima não chorou,  apenas resmungava – “Mal-agradecida odiosa. Traidora mentirosa.”

Era tudo o que ele dizia. Finalmente parecia que ele estava aprendendo uma lição – apesar de tão dolorosa!

Por fim, o bandido embriagado cansou-se de bater nele. Amarrou-o,  comeu seu jantar, e caiu na cama para dormir totalmente embriagado.

Na manhã seguinte, após curtir sua bebedeira, o bandido chefe acordou sóbrio e começou novamente a bater e a chutar sua indefesa vítima. Ainda assim o Leiteiro Sábio  não chorava,  mas continuava resmungando – “Mal-agradecida odiosa. Traidora mentirosa.”

O bandido pensou, “Por que este homem continua dizendo a mesma coisa o tempo todo, enquanto eu maltrato ele? E, vendo que sua esposa continuava ainda a dormir, ele perguntou ao Leiteiro Sábio o que significava aquilo. Este então respondeu, “Escute, eu vou lhe dizer. Eu era um santo homem da floresta, desfrutando pacificamente um alto estado de mente, quando uma noite ouvi esta mulher chorando ao estar sendo levada pelo rio por causa da tempestade. Eu salvei sua vida e a trouxe de volta sã e salva. Entrementes ela me seduziu e eu perdi toda minha calma e felicidade interna, fomos morar na vila e passei a levar uma vida muito comum. Então, você a raptou. Ela me mandou uma carta dizendo que  sofria  vivendo com você, e me pedindo para vir resgatá-la. Como você pode ver, ela me atraiu a este desastre me colocando em suas mãos. Por isso eu digo “ Mal-agradecida odiosa. Traidora mentirosa.”

O bandido chefe não era estúpido e pensou, “ Grande provedor este homem era, e mesmo assim ela o colocou nesta difícil situação. O que ela seria capaz de fazer comigo? Melhor seria acabar com ela de uma vez!”

Ele desamarrou o Leiteiro Sábio e o confortou dizendo, “ Não se preocupe, cuidarei de você.” Então ele acordou a Dama Malvada e lhe disse, “Minha querida, vamos matar este homem exatamente perto da sua própria vila.”  Assim, ele os levou à divisa da vila deserta. Pediu a ela para segurar seu ex-esposo e então sacou de sua enorme espada e a abaixou. Mas no último instante ele dividiu a Dama Malvada em duas metades!

Até mesmo alguém malvado como este bandido assassino pode mudar sua maneira de ser. Ele começou por cuidar de seu antigo rival até seu restabelecimento. Após alguns dias de descanso ele perguntou-lhe, “O que você vai fazer agora?”

O sábio homem respondeu, “ Não quero  mais viver como dono de casa. Quero voltar para minha velha floresta e meditar.”

O bandido disse, “ Eu gostaria também de ser ordenado e de aprender a meditar na floresta.” Após desfazer-se de suas mercadorias roubadas, ele foi viver na floresta tendo o  Leiteiro Sábio como seu mestre. Após muitos esforços, os dois alcançaram um alto estado de felicidade interna.
A moral da história é:  A sedução pode ser perigosa para ambos, homem e mulher.

Fonte: Mas Belas Histórias Budistas

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Guerreiro e o Mestre




                                           



Certo dia, um guerreiro muito orgulhoso, veio ver seu Mestre. Embora fosse muito famoso, ao olhar o Mestre, sua beleza e o encanto daquele momento, o guerreiro sentiu-se repentinamente inferior. Ele então disse ao Mestre:
- Porque estou me sentindo inferior? Apenas um momento atrás, tudo estava bem. Quando aqui entrei, subitamente me senti inferior e jamais me sentira assim antes. Encarei a morte muitas vezes, mas nunca experimentei medo algum. Porque estou me sentindo assustado agora?
O Mestre falou:
- Espere. Quando todos tiverem partido, responderei.
Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o Mestre, e o guerreiro estava ficando mais e mais cansado de esperar. Ao anoitecer, quando o quarto estava vazio, o guerreiro perguntou novamente:
- Agora você pode me responder porque me sinto inferior?
O Mestre o levou para fora. Era uma noite de lua cheia e a lua estava justamente surgindo no horizonte.
Ele disse:
- Olhe para estas duas árvores: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e nunca houve problema algum. A árvore menor jamais disse à maior: “Porque me sinto inferior diante de você?” Esta árvore é pequena e aquela é grande – este é o fato, e nunca ouvi sussurro algum sobre isso.
O guerreiro então argumentou:
- Isto se dá porque elas não podem se comparar.
E o Mestre replicou:
- Então não precisa me perguntar. Você sabe a resposta. Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é e simplesmente existe. Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa, você é você mesmo. Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas. Simplesmente olhe à sua volta. Tudo é necessário e tudo se encaixa. É uma unidade orgânica: ninguém é mais alto ou mais baixo, ninguém é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único.

Fonte: Shdo.com

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O Falcão e o Cálice








Conta a lenda que certa manhã o guerreiro mongol Gengis Khan e sua corte saíram para caçar.

Enquanto seus companheiros levavam flechas e arcos, Gengis Khan carregava seu falcão favorito no braço, que era melhor e mais preciso que qualquer flecha, pois podia subir aos céus e ver tudo aquilo que o ser humano não conseguia enxergar.

Entretanto, apesar de todo o entusiasmo do grupo, não conseguiram encontrar nada.

Decepcionado, Gengis Khan voltou para seu acampamento. Mas, para não descarregar sua frustração em seus companheiros, separou-se da comitiva e resolveu caminhar sozinho.

Tinham permanecido na floresta mais tempo que o esperado e Gengis Khan estava cansado e com sede.

Por causa do calor do verão, os riachos estavam secos. Não conseguia encontrar nada para beber até que, enfim, avistou um fio de água descendo de um rochedo à sua frente.

Na mesma hora, retirou o falcão do seu braço, pegou o pequeno cálice de prata que sempre carregava consigo, demorou um longo tempo para enchê-lo e, quando estava prestes a levá-lo aos lábios, o falcão levantou voo e arrancou o copo de suas mãos, atirando-o longe.

Gengis Khan ficou furioso, mas era seu animal favorito, talvez estivesse também com sede. Apanhou o cálice, limpou a poeira e tornou a enchê-lo. Após outro tanto de tempo, com a sede apertando cada vez mais e com o cálice já pela metade, o falcão de novo atacou-o, derramando o líquido.

Gengis Khan adorava seu animal, mas sabia que não podia deixar-se desrespeitar em nenhuma circunstância, já que alguém podia estar assistindo à cena de longe e mais tarde contaria aos seus guerreiros que o grande conquistador era incapaz de domar uma simples ave.

Desta vez, tirou a espada da cintura, pegou o cálice, recomeçou a enchê-lo. Manteve um olho na fonte e outro no falcão. Assim que viu ter água suficiente e quando estava pronto para beber, o falcão de novo levantou voo e veio em sua direção. Gengis Khan, em um golpe certeiro, atravessou o seu peito do falcão, matando-o.

Retomou o trabalho de encher o cálice. Mas o fio de água havia secado.

Decidido a beber de qualquer maneira, subiu o rochedo em busca da fonte. Para sua surpresa, havia realmente uma poça de água e, no meio dela, morta, uma das serpentes mais venenosas da região.

Se tivesse bebido a água, já não estaria mais no mundo dos vivos.

Gengis Khan voltou ao acampamento com o falcão morto em seus braços.

Mandou fazer uma reprodução em ouro da ave e gravou em uma das asas: “Mesmo quando um amigo faz algo que você não gosta, ele continua sendo seu amigo”.

Na outra asa: “Qualquer ação motivada pela fúria é uma ação condenada ao fracasso”.

Nem sempre o que parece ser, realmente é.

Fonte: Tom Coelho

Humildade não tem Berço





No tempo em que não havia automóveis, na cocheira de um famoso palácio real, um burro de carga curtia imensa amargura, em vista das pilhérias dos companheiros de apartamento.

Reparando-lhe o pêlo maltratado, as fundas cicatrizes do lombo e a cabeça tristonha e humilde, aproximou-se formoso cavalo árabe que se fizera detentor de muitos prêmios, e disse, orgulhoso: – Triste sina a que recebeste! Não invejas minha posição em corridas? Sou acariciado por mãos de princesas e elogiado pela palavra dos reis! – Pudera! – exclamou um potro de fina origem inglesa: – como conseguirá um burro entender o brilho das apostas e o gosto da caça? O infortunado animal recebia os sarcasmos, resignadamente. Outro soberbo cavalo, de procedência húngara, entrou no assunto e comentou:

- Há dez anos, quando me ausentei de pastagem vizinha, vi este miserável sofrendo rudemente nas mãos do bruto amansador. É tão covarde que não chegava a reagir, nem mesmo com um coice. Não nasceu senão para carga e pancadas. É vergonhoso suportar-lhe a companhia. Nisto, admirável jumento espanhol acercou-se do grupo, e acentuou sem piedade: – Lastimo reconhecer neste burro um parente próximo. É animal desonrado, fraco, inútil, não sabe viver senão sob pesadas disciplinas. Ignora o aprumo da dignidade pessoal e desconhece o amor-próprio. Aceito os deveres que me competem até o justo limite, mas, se me constrangem a ultrapassar as obrigações, recuso-me à obediência, pinoteio e sou capaz de matar.

As observações insultuosas não haviam terminado, quando o rei penetrou o recinto, em companhia do chefe das cavalariças. – Preciso de um animal para serviço de grande responsabilidade, informou o monarca, um animal dócil e educado, que mereça absoluta confiança. O empregado perguntou: – Não prefere o árabe, Majestade? – Não, não – falou o soberano, é muito altivo e só serve para corridas em festejos oficiais sem maior importância. – Não quer o potro inglês? – De modo algum. É muito irrequieto e não vai além das extravagâncias da caça. – Não deseja o húngaro? – Não, não. É bravio, sem qualquer educação. É apenas um pastor de rebanho. – O jumento espanhol serviria? – insistiu o servidor atencioso. – De maneira nenhuma. É manhoso e não merece confiança. Decorridos alguns instantes de silêncio, o soberano indagou: – Onde está meu burro de carga? O chefe das cocheiras indicou-o, entre os demais. O próprio rei puxou-o carinhosamente para fora, mandou ajaezá-lo com as armas resplandecentes de sua Casa e confiou-lhe o filho ainda criança, para longa viajem. E ficou tranqüilo, sabendo que poderia colocar toda a sua confiança naquele animal…

Assim também acontece na vida. Em todas as ocasiões, temos sempre grande número de amigos, de conhecidos e companheiros, mas somente nos prestam serviços de utilidade real aqueles que já aprenderam a servir, sem pensar em si mesmos….e nós será que já aprendemos servir? Pense nisto….

Fonte: Vencer ou Vencer

Quem Seria a Escolhida?




                                   


Conta-se que por volta do ano 250 A.C, na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador mas, de acordo com a lei, deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.
No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula:
- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça; eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu:
- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, inicialmente, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc...
O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação, a moça comunicou à mãe que, independentemente das circunstâncias, retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.
Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu:

- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.


Fonte: Possibilidades.com