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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Pietá









Em mármore encontra-se esculpida,
Contudo sua imagem parece ter vida,
O choro silencioso de um rosto sem lágrimas
Fitando seu filho em seu colo deitado,
Seu corpo tão magro e maltratado,
Repousando em seu materno regaço.


Pietá, tua pureza é inegável
E tua dor de mãe irrevogável,
Viste Teu filho soçobrar a Teus olhos,
Tuas lágrimas lavaram as pedras do Calvário,
Por onde Teu amado Filho caminhou
E o peso do mundo aos ombros carregou.

Contudo sua mãe ainda recordava
O menino que outrora brincava
Com cavalos feitos de pau,
E, ao cair, com seus joelhos esfolados.
Sua mãe logo corria para o acalmar
E em seus braços o embalar.

Como é grande o amor desta mãe
Que venerou seu filho o Salvador
E encheu-o de carinho e amor;
O tempo que cruel logo passou,
Tornou-o adulto e logo o levou
Deste mundo de pecados tão carregado.

Tao pesada era essa cruz
Que transportava em seus ombros,
Os que assistiam eram meros escombros.
Que impávidos assistiam à dura caminhada
De seu Salvador que constantemente tombava
Pelo peso do mundo que tanto lhe pesava.

Seu rosto magro e coberto de suor
Tão humilde e  espelhando  sofrimento,
Pois tão grande foi o seu tormento
Castigado por dizer apenas a verdade,
Mal sabiam eles que sua palavras
Seriam o Pão para toda a eternidade.

Tão fraco e exausto estava Ele,
Seus límpidos olhos sempre fitando o chão,
Sentia cuspirem-lhe em cima e ouvia ofensas
Daqueles que não entendiam que seu coração
Era grande o suficiente para todos albergar,
E se condoía de ouvir sua mãe chorar.

Ah, Pietá, doce e Santa Mãe,
Como te doeu ver teu filho crucificado,
Sem piedade, suas mão que curavam,
Foram à cruz cruelmente pregadas;
Seus pés que sobre as águas caminhavam.
Foram imobilizadas por cruéis marteladas.

Nem água deixaram-Te dar-Lhe a beber
E sob o sol abrasivo viste-o aos pouco padecer,
Gritaste ao ver a lança sua carne trespassar
E ao escutar o seu último suspirar.
O dia fez-se noite naquele triste cenário
E a terra tremeu como nunca antes tremera.

Ó Senhora das Dores ou Santa Piedade,
Ó Santa senhora por espadas trespassada,
Espadas de dor ferindo uma mãe enlutada
Que  tanto sacrificou sem nada pedir
E a Deus foi sempre obediente e fiel.
Venerável senhora e doce como o mel.

Nem o frio mármore faz juz
À Tua beleza de santa enlutada.
Uma faixa sobre teu tronco atravessada
E um halo de luz como coroa de rainha,
Coroando a Mãe dos Céus, ilustre senhora
Que vela por nós a toda a hora.