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sábado, 15 de dezembro de 2012

Morte


A Morte é de todas as coisas a mais temida, Sua foice sua varinha de condão cintilante,...




A Morte é de todas as coisas a mais temida,
Sua foice sua varinha de condão cintilante,
É um pesadelo de capa negra e puída,
Seu capuz escondendo seu medonho rosto nada cativante.

É um Inverno que se prolonga pela eternidade,
Um vento assombrado, frio e sem voz,
É obscura, sábia e plena de serenidade,
Arrastando-se pelo mundo frágil, impávida e veloz.

Poucos sua soturna beleza poderão reconhecer,
Uma poesia inerente a cada murchar de uma flor,
O morrer de um dia, dando lugar ao anoitecer,
O rugir de um mar na tempestade de seu esplendor.

É o lento cair de uma chuva enlutada,
A triste melodia de um rouxinol solitário,
É o profundo silêncio numa dimensão encantada,
Cobrindo tudo com seu pesado e imenso sudário.

O tempo avança numa corrida vã e desenfreada,
Mas nunca suficientemente rápido para poder escapar
A morte ultrapassa-o com seu poder em sua longa estrada,
Sua canção é repleta de tragédia, dor e pesar.

Deambula entre sepulturas perdidas no tempo adormecido,
Obscurecidas pelo denso pó do repousante esquecimento,
Cuida do reino dos mortos bafiento e esquecido,
Pois ninguém passerá naquele paraíso, nem em pensamento

A Morte é o anjo-da-guarda à cabeceira,
Que realiza aos que sofrem seu mórbido desejo,
Acaba com o sofrimento de uma vida inteira,
Matando silenciosamente, carinhosamente como um beijo.


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