Silêncio,
É tudo o que se encontra
Nesta soturna floresta encantada
Tão bela e há muito enfeitiçada
Pelos druidas que se prostravam em oração.
Solitária,
Sob as árvores ela caminha
Coberta pelas catedrais verdes de sua folhagem
Seu cabelo é afagado pela suave aragem
Que descomprime seu peito choroso.
Ajoelhada,
Encolhendo-se em seu manto de veludo
Ela contempla o lago profundo e misterioso
Espelhando seu rosto belo, amoroso
Sua vastidão vazia começa a alarmá-la.
Preocupada,
Desesperada por ter companhia
A donzela volta a estender sua mão
Sua palma cheia de migalhas de pão
Pela chegada dos cisnes ela espera.
Arrefece,
O ar torna-se outonal
A água agita-se num silencioso aviso
Empalidecendo seu triste sorriso
De pobre jovem enlouquecida.
Desesperada,
Ela sacode seus loiros cabelos
Lava suas mãos na água fria
Ignora a forte rajada de magia
Que a obriga a partir.
Desolada,
A jovem corre e tropeça
Perdendo um sapato pelo caminho
Mas ela não recua, desolada e sem carinho
Suas faces molhadas por lágrimas de cristal.
Assustada pela visão de um fantasma
Ela tropeça e cai de cabeça
Seu crânio esmagado numa pedra afiada
Deixando sua cabeça loira ensanguentada
Um sacrifício em honra dos deuses.
Anoitece lentamente
Ouvem-se choros ao longe
Uma figura descalça surge no lago gelado
Sua beleza eclipsada por seu crãnio destroçado
Amargas lágrimas derretem a vegetação em seu redor.
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