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sábado, 15 de dezembro de 2012

Cavaleiro Negro

Por montes e vales ele galopa velozmente, Uma mancha negra num verde intenso e silvestre,...


Por montes e vales ele galopa velozmente,
Uma mancha negra num verde intenso e silvestre,
Desafiando os deuses e os antepassados ele vagueia,
Desdenhando a estabilidade de um mundo seguro,
Incansavelmente ataca, mata e guerreia,
Um brilho no olhar sob o elmo de ódio puro.

Seu coração é negro como o escuro ébano,
Tão sombrio e temível como sua armadura,
Poucos são os que viveram para contar a história,
De um homem que nunca se contentou com pouco,
Eternamente castigado por sua apurada memória,
A cada dia tornando-o cada vez mais louco.

Não há nada mais perigoso que um homem,
Que não tem mais nada a perder ou temer,
O passado será tenebroso e assombrado,
Mas o presente será isento de medo e piedade,
Não haverá ninguém mais temido e odiado,
Que um perigoso assassino cavalgando em liberdade.

Sua capa negra são asas de morcego esvoaçantes,
Seu cavalo uma besta forte e veloz,
Sua espada contém reflexo de mil invernos,
Fria, cortante e de sangue sedenta,
À noite é uma visão medonha dos infernos,
Contudo não de beleza e encanto isenta.

Seus olhos são negros como ferro em brasa,
Seus braços fortes como rochas centenárias,
Esguio e gracioso como um belo salgueiro,
Ainda simplesmente uma criança para o mundo ancião,
Contudo um velho em seu espírito obscuro e matreiro,
Um amante que só sabe matar com paixão.

Só a plena solidão poderia guardar seu segredos,
De um homem que só soube amar demais,
Um olhar que o cativou num fugaz momento,
Deixando-o à mercê do romantismo, um tolo até à eternidade,
Um amor assim levou-o a um eterno tormento,
Sua dama se esfumou, seu coração ficou pela metade.

Sem nunca descobrir quem a matara cruelmente,
O amante destroçado foi condenado à obsessão,
Incapaz de encontrar o verdadeiro culpado,
Inventava um mesmo onde não o havia,
Atacando pela noite dentro como um monstro libertado,
Alguém seria encontrado destroçado quando amanhecia.

Em todos os seus dias de luto e pesar,
O cavaleiro ao crepúsculo no chão se ajoelhava,
Seu rosto pálido e de lágrimas de saudade manchado,
Não se desviava de um local com uma cruz atravessada,
Lembrando o sangrento corpo que por ele foi sepultado,
O corpo de sua chorada donzela, tão amada.

Para sempre um vulto haveria de vaguear,
Por montes e vales em plena escuridão,
Um fantasma deambulando sem rumo nem destino,
Vingando sua amada com sua errante assombração,
Incansável, rompendo a espessa névoa de velino,
Um louco, uma alma penada que outrora tivera coração.

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