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domingo, 16 de dezembro de 2012

Sonhos

A neblina do tempo encontra-me acordada,  Prisioneira de uma vida indesejada...




A neblina do tempo encontra-me acordada,

Prisioneira de uma vida indesejada

Que me impede de sonhar livremente,

Enjaulando a aérea essência do meu ser,

Ah, se ao menos pudesse adormecer…



A chuva tamborila provocante lá fora,

Enquanto só penso em evadir-me, ir embora

Deste mundo pesado e de beleza ilusória,

Que me sufoca até meu interior ofuscar,

Ah, se ao menos eu pudesse escapar…



As horas escoam-se num ritmo exasperante,

Negando-me aquilo que me é mais importante:

A capacidade de sonhar sem limites,

O poder de voar leve como o vento,

Ah, se pudesse desaparecer por um momento…



Os grilhões do agora prendem-me ao chão

Sem que possa avançar na escuridão,

Os meus passos são silenciosos, ligeiros

Nas passagens que só eu posso percorrer,

Ah, quem me dera soçobrar e desfalecer...



O coração enlutado chora no meu peito

Na expectativa de repousar no doce leito,

Que é o mundo dos sonhos, das quimeras;

Pouco ou nada ao Mundo desejo pedir

Ah, se ao menos pudesse renunciar e fugir…



O Mundo está contra mim, revoltado

Porque em seu reino sonhar é pecado,

Se insistir em torturar-me toda a vida,

Então esses trilhos cruéis não quero ver,

Ah, se ao menos pudesse libertar-me e morrer!


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