Sob um céu negro como breu,
Ela arranha a terra com suas mãos feridas,
Chorando aquele ente amado que faleceu;
Estilhaços de uma cortante memória perdida.
O mar revolto ruge como um grito de dor,
Mais alto que o choro dela, debalde gritar
Quem ouvirá os queixumes curará o ardor
Que tortura seu coração até o despedaçar?!
Já o sangue nas veias não corre,
Apenas sal das lágrimas derramadas.
Lenta, penosamente a sua vontade morre
Sob negras pregas do vestido, esfarrapadas.
Seu vestido de viúva esvoaça,
Qual vela de navio á deriva
Sua visão torna-se indistinta e baça
Á medida que sua desgraça a devora viva.
De que servirá esperar por um novo dia
Se o fim já espera à sua porta?
Adeus mundo cruel que tudo desvia;
Ao mar se atira para ser encontrada morta.
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