O mundo não pára de girar,
Debalde evitar a corrupção do Homem,
O sol continuará a brilhar
E os pássaros cansados dormem.
A chuva continuará a cair,
Mas todos fugirão dela,
As flores continuarão a florir,
Mas ninguém as olhará pela janela.
Até parece que o girar se apressou,
De uma Terra ferida pelos seus,
A fonte da Alma quase secou,
E as estrelas brilham, esquecidas nos céus.
Quem lhes escreverá poemas,
Arrebatados e brotando do coração,
Quem esquecerá seus problemas,
Meditando no céu e em sua imensidão?
O mundo é um cemitério fervilhante,
Transbordando de gente apressada,
A vida apenas se tornou importante,
Quando está repleta de tudo e de nada.
O ser humano é diamante em bruto,
Que precisa de lapidação constante,
Sua humanidade é um salvo-conduto,
A oportunidade de ascensão sempre garante.
A alma é apenas uma lenda obsoleta,
Nas mentes daqueles que evitam pensar,
A espiritualidade uma desnecessária muleta,
Porque dá muito trabalho para aprimorar.
Que triste é o olhar vazio,
Baço e sem reflexo da sociedade,
O diamante é mortiço e sem brilho,
Pleno de artifícios e desonestidade.
O sentir foi substituído pela tecnologia,
E as lágrimas fingidas ou de auto piedade,
Existem desertos onde antes houvera magia,
E em mares de ferro jazem os pedaços da criatividade.
O ar outrora livre deixou de ser puro,
E corações fecharam-se, embruteceram,
Viver o dia-a-dia tornou-se tão duro,
E os dias até parecem que encolheram.
A poesia da vida está a morrer,
Como ave canora que do alto caiu,
O tempo inconstante acabou por vencer,
O pobre pássaro que sua asa feriu.
Sonhar tornou-se luxo desnecessário,
Ou apenas o almejar por riquezas materiais,
Os monstros trancaram-se no armário,
E ridicularizam-se as coisas sobrenaturais.
O plástico e o metal,
Vão corroendo a Árvore da vida,
O adejar de suas folhas era musical,
Acabando silenciado pelos gritos desta era perdida.
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