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segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Vampyresque
The night is still
a child
Cold nights are to run wild
Let me drawn you to my lair
Waiting for you to dare
To step inside this darkness.
Hundreds of candles burning
Dozens of mirrors turning
You won’t see my reflection
But you’ll fall into the attraction
Improved over the endless centuries.
My dear you will shiver
When I’ll long to your liver
Feeling the blood in your throat
A bloody bite will make you loath
The touch from someone like me.
You are dizzy not from the wine
But from the spell that’ll make you mine
Let us dance through the night
In the ancient fortress far from the light
Sheltered bats and spiders as pets
Enjoy you lest hours of life
Cutting your hopes like a knife
You won’t get away alive
Taste this cold dive
Leading to your end.
Hear the sound of satin and dust
My eyes sparkle with lust
I am dying for your blood taste
Not a single drop shall I waste
It’s good waiting for the dessert
You are my broom
A prey in my secret room
You would only last a night
For me a delightful sight
Your bloodless corpse in my bed.
Cold nights are to run wild
Let me drawn you to my lair
Waiting for you to dare
To step inside this darkness.
Hundreds of candles burning
Dozens of mirrors turning
You won’t see my reflection
But you’ll fall into the attraction
Improved over the endless centuries.
My dear you will shiver
When I’ll long to your liver
Feeling the blood in your throat
A bloody bite will make you loath
The touch from someone like me.
You are dizzy not from the wine
But from the spell that’ll make you mine
Let us dance through the night
In the ancient fortress far from the light
Sheltered bats and spiders as pets
Enjoy you lest hours of life
Cutting your hopes like a knife
You won’t get away alive
Taste this cold dive
Leading to your end.
Hear the sound of satin and dust
My eyes sparkle with lust
I am dying for your blood taste
Not a single drop shall I waste
It’s good waiting for the dessert
You are my broom
A prey in my secret room
You would only last a night
For me a delightful sight
Your bloodless corpse in my bed.
sábado, 27 de julho de 2013
Encontro de Sentimentos
Contam que, uma vez, se reuniram
os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da Terra. O ABORRECIMENTO
havia reclamado pela terceira vez que não suportava mais ficar à toa e a
LOUCURA, como sempre louca, propôs-lhe:
-Vamos brincar de
esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha
intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou-lhe:
-Esconde-esconde? Como é isso?
-É um jogo - explicou a LOUCURA -
em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se
escondem. Quando eu tiver
terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar
para continuar o jogo.
O ENTUSIASMO dançou seguido pela
EUFORIA... A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo
a APATIA, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram
participar. A VERDADE preferiu não esconder-se. Para quê, se no final todos a
encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo
muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela)
e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
-Um, dois, três, quatro... -
começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a
PRESSA, que como sempre caiu tropeçando na primeira pedra do caminho. A FÉ
subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que, com seu
próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta. A
GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe
parecia maravilhoso para algum de seus amigos: se era um lago cristalino, ideal
para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o
voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento,
magnífico para a LIBERDADE, e assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário,
encontrou um local muito bom desde o início, ventilado, cómodo, mas apenas para
ele. A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade,
escondeu-se atrás do arco-íris), e o DESEJO, no centro dos vulcões. O ESQUECIMENTO,
não me recordo onde se escondeu, mas isso não é importante. Quando a LOUCURA
estava lá pelo 999.999, o AMOR não havia encontrado um local para esconder-se,
pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente,
decidiu esconder-se entre as suas flores.
- Um milhão - terminou a LOUCURA,
e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a
PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo
com Deus no céu
sobre zoologia. Sentiu-se vibrar
o DESEJO nos vulcões. Em um descuido encontrou a INVEJA, e, claro, pôde deduzir
onde estava o TRIUNFO.
EGOÍSMO, não teve nem que
procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era
um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA
sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA. A DÚVIDA foi
mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem se decidir de
que lado esconder-se.
E assim foi encontrando todos. O
TALENTO, entre a erva fresca; a ANGÚSTIA, em uma cova escura; a MENTIRA, atrás
do arco-íris (não, mentira, ela estava no fundo do oceano); e até o
ESQUECIMENTO, para quem já havia esquecido que estava brincando de
esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em
nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do
planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida,
encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando,
no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o
AMOR nos olhos.
A LOUCURA não sabia o que fazer
para desculpar-se. Chorou, orou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu
guia. Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na
Terra, O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.
A Ilha
Em certo lugar do oceano havia uma ilha onde moravam todos os sentimentos: a ALEGRIA, a TRISTEZA
e muitos mais, incluindo o AMOR.
Um dia foi avisado aos moradores que a ilha ia afundar.
Todos os sentimentos se apressaram em sair da ilha, embarcaram em suas lanchas
e se prepararam para partir. Mas o AMOR ficou, porque queria demorar-se mais um
pouco na ilha que tanto amava, antes de que afundasse.
Quando, finalmente, a ilha começou a afundar, e o AMOR
estava quase afogando, ele começou a pedir ajuda. Passava por ali a RIQUEZA, e
o AMOR lhe disse:
- RIQUEZA, leve-me consigo!
- Não posso, carrego muito ouro e prata no meu barco. Não
tenho espaço para você!
O AMOR pediu ajuda à VAIDADE, que também ia passando:
- VAIDADE, por favor, ajude-me!
- Não posso ajudá-lo, AMOR! Você está todo molhado e vai
estragar meu barco novo!
Então o AMOR pediu ajuda à TRISTEZA:
- TRISTEZA, me deixa ir com você?
- Ah! AMOR! Estou tão triste que prefiro ir sozinha...
Também passou a ALEGRIA, mas ela estava tão alegre que nem
ouviu o AMOR chamar!
Desesperado, o AMOR começou a chorar. Foi, então, que uma
voz o chamou:
- Venha, AMOR, eu o levo!
Era um velhinho, mas o AMOR estava tão feliz que se esqueceu
de perguntar-lhe o nome.
Quando chegou à terra firme, o AMOR perguntou à SABEDORIA:
- SABEDORIA, quem era aquele velhinho que me trouxe até
aqui?
A SABEDORIA respondeu:
- Era o TEMPO.
- O TEMPO? Mas por que só o TEMPO quis trazer-me?
A SABEDORIA respondeu:
- Porque só o TEMPO é capaz de ajudar e entender um grande
AMOR!
Fonte: Muralijoia.com
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Mother Gaya
Mother Gaya,
Beautiful
Maiden older than mankind
You have
seen us evolve for too long,
It’s unbelievable
that you are so strong,
You
survived all the wounds that were inflicted
By your only
children that are power - addicted.
Mother
Gaya,
Wonderful
queen dressed in green
With brown
hair that smells like leaves,
Your beautiful
eyes were stolen by the thieves
That used
them to achieve greatness and wealth
Even if
they were to risk their health.
Mother
Gaya,
You are the
Muse and the Star
In a story
with so many evil twists,
You were
tied down by your wrists
While your skin
became dirty and filthy
By the
blood from the innocent and the greedy.
Mother Gaya,
Once you
were adored with solemn rituals
Those were
meant to ask for annual protection,
People presented
you with gifts of affection
And
respected the creatures that were sacred
But now
these creatures fall under the hatred.
Mother
Gaya,
You always
cared about us, your children
But we take
so much without given instead,
We ignored
all the tears that you’ve shed,
Always wanting to stand proud and tall,
We decided
that we could take it all.
Mother
Gaya,
So many
wounds we inflicted in you
Still you didn’t punish us as we deserved,
However the
cold dish of punishment was served,
All the
pain was caused by us alone
Because our
hearts became made of stone.
Mother
Gaya,
Once the
beating of your heart was heard
And now it’s
as silent as your voice,
We could
have made a different choice
But it
seems that we will never learn
That we
must work hard to decently earn.
Mother
Gaya,
Your beauty
is still breathtaking and true
Although
you are now covered in dust,
Your purity
was tainted by our wicked lust
And now the
animals are paying a high price
And the
plants are cracking under thin ice.
Mother
Gaya,
You don’t need
us to survive
It’s we who
need you constantly
But we are
just too blind to see,
Arrogance
has caused us too many tragedies
But still
we struggle to live like deities
Mother
Gaya,
So powerful
and imposing you are,
Your waters
are pure and crystal clear
Your trees are
ancient sentinels, standing near,
Your
mountains are giants that reach the skies,
Your fields
are heaven when kissed by fireflies.
Mother
Gaya,
Forgive us
for we have sinned,
We pushed
too hard to easily succeed
And took
more than we would need,
We have doomed
all living creatures to extinction
And now we
whine about our selfish affliction.
Mother
Gaya,
You are a
sanctuary and a home,
A
benevolent matriarch that should be respected,
Above all
you should we cherished and protected
Let me humbly fall
on my knees before you
And tell
you sincerely that I love you too.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Saudade
Saudade, palavra plena de dor,
É querer agarrar o passado entre as mãos,
É sofrer uma lenta tortura em silêncio,
É desejar um momento que não mais regressará,
Pois um momento passado nunca se repetirá.
Numa nascente de lágrimas me banho
Quando a saudade me esmaga o peito;
Fico de luto pelo ontem que se foi
Nem querendo do incerto amanhã saber,
Uma vez que o melhor já pude conhecer.
Notas de melancolia tristemente emanam
Das frouxas cordas do meu violino interior;
Não preciso de voz para poder chorar
Pois a maior dor é no silêncio mantida,
Não precisando sequer de ser conhecida.
O presente jamais poderá suplantar
O que no glorioso passado se viveu;
Recordá-lo deixa-nos de coração partido;
É como uma frágil jarra quebrada
Que jamais voltará a ser montada.
No cemitério das coisas passadas
Muitos de nós por horas vagueiam,
Impedindo-nos de viver por nós mesmos
A vida dura e repleta de solidão
Sem aqueles pedaços de pura ilusão.
Sentimos a vastidão do vazio
E o chão que foge sob nossos pés;
Sem a âncora do agora ficamos à deriva,
Arrastados pelas poderosas ondas dessa Saudade,
Nada mais que o espelho invertido da felicidade.
Porque estranhamente preciso delas para viver
Para valorizar o que é realmente importante.
O passado é como a areia que cai
E que por nossas ávidas mãos se esvai.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Anjos Caídos
Caminhante de cinzentas estradas
Agredidas pelo frio do Inverno,
Folhas mortas pelo vento arrastadas,
Testemunhas de que o tormento é eterno.
Tão cedo me distraio com tudo em redor,
Envolto numa penumbra de neblina sombria,
É um enevoado espelho do meu interior,
Um livro volumoso de minha poesia.
A inspiração é do mais caprichoso que há:
Num segundo enche-nos de ideias brilhantes
E no próximo tudo tira e nada dá,
Restando resquícios de pensamentos cambiantes.
O pior que me pode acontecer
É fugir do meu mundo interior
Tal fuga far-me-á esquecer
O que antes criava com tanto amor.
Todo o sonhador tem suas crises
Nascidas do tédio e do pesar,
Tal como uma árvore sem raízes
Que sem luta acabará por tombar.
Não sinto-me digna de envergar
O chapéu puído de tanto usado,
Um tesouro partilhado e sem par,
Merecido apenas pelo mais iluminado.
As minhas mãos não conseguem acompanhar
A velocidade de meus pensamentos errantes,
Falta a paixão para ao mundo apresentar
As palavras que deveriam ser cativantes.
Os meus mentores não são os vivos,
São aqueles que se foram há séculos atrás,
Foram heróis apaixonados e amantes lascivos
E inspiraram-me a acreditar que seria capaz…
Capaz de seguir as suas pegadas
Que marcaram o solo como ferro em brasa,
Deixaram um legado de coisas tão estimadas
Familiares e acolhedoras como minha casa.
Continuarei a escrevinhar sempre que conseguir,
Sem perguntar-me se irão ler ou comentar,
Afinal de contas não poderei abolir
O que comigo nasceu e acompanha meu respirar.
As ideias parecem bonitas em minha mente,
Contudo quando as transcrevo são medíocres, forçadas,
É um desapontamento que deixa-me impotente
Ao ler minhas linhas tão pobremente pensadas.
O fogo de Apolo ainda arde tenuemente,
Aguardando uma rajada que o vá atear,
Anseia por uma melodia que passe docemente
E incendeie o coração fraco de tanto bombear.
As noites e os dias seguem-se monotonamente
Sem um despertar que os encha de magia,
O sol e a lua surgem no céu, alternadamente,
Insistindo que busque em sua luz uma epifania.
Ah, como ser poeta é doloroso,
Um mendigo vagueando por becos de solidão,
Sentir o frio num peito dorido e choroso,
Quando o choro não acalma o ferido coração.
Tantas cicatrizes o tempo deixou
Que em amargas quadras se transformaram,
Destes filhos bastardos que o mundo rejeitou,
Porque perderam suas asas e se rebelaram.
Suas asas não são alvas como o amanhecer
E sim negras como a noite e o carvão,
Escurecidas pelas sombras do tortuoso ser
E pela loucura que levará à extinção.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Mãe
Como é possível uma palavra tão pequena
Ter um significado do tamanho do mundo?
Tão suave e leve como uma pena,
Imensa como o mar, poderoso e profundo.
Desde os primórdios, nome antigo e sagrado,
Uma candeia que a humanidade sempre guiou,
Símbolo de poder e protecção, tão reverenciado,
Que tantos de nós comoveu e inspirou.
Mãe é aquela que a seus filhos tanto ama,
Uma guia subtil como as pegadas na areia,
É a luz que nunca se apaga, potente chama,
Uma deusa, uma santa uma preciosa candeia.
Mãe, aquela que tanto dá sem nada receber,
Anjo protector disponível a toda a hora
Mesmo que sua liberdade venha a perder.
Mãe, frágil como um cristal cintilante
E contudo firme como uma rocha,
O sol de um amanhecer revigorante,
Combatendo nossas trevas como uma tocha,
É uma guerreira em batalhas que duram uma vida,
Usando de sua força para seus filhos guiar,
Nem uma única batalha poderá ser perdida
Porque o amor de mãe pode tudo derrotar.
Mãe, tanto amor dá sem nenhum amor pedir
E mesmo assim tantos dos seus filhos
Viram-lhe as costas sem um «Obrigado» ao partir,
Contudo a vida acabará por lhes ensinar,
Que uma não vive eternamente;
Assim quando seus filhos quiserem regressar
Poderão não ter mais uma mãe presente;
Para agradecerem o que antes não agradeceram,
Para pedir perdão por terem sido tão ingratos,
E só agora souberam o que perderam,
Acabando por ter consciência de seus actos.
Uma mãe por seus filhos tanto sofre,
Porque são eles a razão de sua vida,
São eles tesouros, guardados num cofre,
Que não possui chave nem medida.
É em seu coração que estão em segurança,
Até que possuam asas para voar,
Um filho não é eternamente uma criança,
E um dia sua mãe a irá libertar.
Quando todas as costas se nos voltarem,
Teremos sempre a mãe do nosso lado.
As amizades não foram feitas para durarem.
O amor de mãe sim, este é eterno,
Perdurando até para além da morte,
Está acima de qualquer céu ou inferno,
Acima de qualquer magia ou sorte.
É mais poderoso que qualquer tempestade,
Mais constante que as próprias estações,
Aplaca o medo, a solidão, a infelicidade,
Pois o amor supera todas as outas emoções.
O dia da Mãe é um dia especial,
Contudo são seus todos os dias,
Mãe é amor físico e amor espiritual,
Fonte de tantos poemas e melodias.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Pietá
Em mármore encontra-se esculpida,
Contudo sua imagem parece ter vida,
O choro silencioso de um rosto sem lágrimas
Fitando seu filho em seu colo deitado,
Seu corpo tão magro e maltratado,
Repousando em seu materno regaço.
Pietá, tua pureza é inegável
E tua dor de mãe irrevogável,
Viste Teu filho soçobrar a Teus olhos,
Tuas lágrimas lavaram as pedras do Calvário,
Por onde Teu amado Filho caminhou
E o peso do mundo aos ombros carregou.
Contudo sua mãe ainda recordava
O menino que outrora brincava
Com cavalos feitos de pau,
E, ao cair, com seus joelhos esfolados.
Sua mãe logo corria para o acalmar
E em seus braços o embalar.
Como é grande o amor desta mãe
Que venerou seu filho o Salvador
E encheu-o de carinho e amor;
O tempo que cruel logo passou,
Tornou-o adulto e logo o levou
Deste mundo de pecados tão carregado.
Tao pesada era essa cruz
Que transportava em seus ombros,
Os que assistiam eram meros escombros.
Que impávidos assistiam à dura caminhada
De seu Salvador que constantemente tombava
Pelo peso do mundo que tanto lhe pesava.
Seu rosto magro e coberto de suor
Tão humilde e espelhando sofrimento,
Pois tão grande foi o seu tormento
Castigado por dizer apenas a verdade,
Mal sabiam eles que sua palavras
Seriam o Pão para toda a eternidade.
Tão fraco e exausto estava Ele,
Seus límpidos olhos sempre fitando o chão,
Sentia cuspirem-lhe em cima e ouvia ofensas
Daqueles que não entendiam que seu coração
Era grande o suficiente para todos albergar,
E se condoía de ouvir sua mãe chorar.
Ah, Pietá, doce e Santa Mãe,
Como te doeu ver teu filho crucificado,
Sem piedade, suas mão que curavam,
Foram à cruz cruelmente pregadas;
Seus pés que sobre as águas caminhavam.
Foram imobilizadas por cruéis marteladas.
Nem água deixaram-Te dar-Lhe a beber
E sob o sol abrasivo viste-o aos pouco padecer,
Gritaste ao ver a lança sua carne trespassar
E ao escutar o seu último suspirar.
O dia fez-se noite naquele triste cenário
E a terra tremeu como nunca antes tremera.
Ó Senhora das Dores ou Santa Piedade,
Ó Santa senhora por espadas trespassada,
Espadas de dor ferindo uma mãe enlutada
Que tanto sacrificou sem nada pedir
E a Deus foi sempre obediente e fiel.
Venerável senhora e doce como o mel.
Nem o frio mármore faz juz
À Tua beleza de santa enlutada.
Uma faixa sobre teu tronco atravessada
E um halo de luz como coroa de rainha,
Coroando a Mãe dos Céus, ilustre senhora
Que vela por nós a toda a hora.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Dona Leonor
Dona Leonor era uma distinta senhora, casada
com um proeminente empresário e mãe de dois filhos. A sua vida aparentava ser
impecável e decente, sem causar ondas nas correntes do universo. Não tinha
vícios visíveis e não costumava sair muitas vezes de casa, preferindo
permanecer no seu lar a arrumar os seus pertences e tudo o que necessitava,
mandava uma empregada ir buscar aonde quer que fosse.
Ninguém para além dos seus parentes a conhecia
verdadeiramente e as pessoas com quem se cruzava na rua ou nas lojas achavam-na
distante, porém educada. Andava sempre arrumada e bem vestida, com o cabelo
loiro bem penteado e o rosto discretamente maquilhado. Todos os comerciantes
consideravam-na uma boa cliente e geralmente não teciam-lhe mais críticas,
visto não terem nada a apontar-lhe. Contudo, os mais atentos podiam vislumbrar
o que de pior havia naquela senhora, caso olhassem para além da sua agradável
aparência e dos seus gestos suaves. Os mendigos de roupas esfarrapadas e as
suas empregadas mais humildes e destituídas de uma boa fisionomia e elegância
eram alvo do seu desprezo, tal como os idosos que por ela passavam na rua,
meros transeuntes indignos de serem contemplados pelos seus olhos. Dona Leonor
convivia com as mais altas esferas da sociedade e relegava para último lugar
tudo o que não fosse de seu esteticamente sensível agrado. Seria inconcebível
alguma das vis criaturas que povoavam as ruas embaterem na sua sofisticada
pessoa.
Enquanto o seu marido trabalhava e as suas
crianças ficavam ao cuidado das amas, entretinha-se a olhar-se ao espelho
durante horas, a experimentar as suas incontáveis jóias, os inúmeros sapatos
exclusivos e os seus perfumes caros. De vez em quando recebia em seus aposentos
um ou outro amante ocasional, desfrutando das adulações e elogios que
constantemente lhe teciam. Nas festas que frequentava com seu marido chegava sempre
em último lugar, deleitava-se com os olhares de admiração ou de inveja,
sentindo-se superior e rainha de todos os que à sua volta se encontravam, pois
ela sim era uma fiel adepta da verdadeira beleza. Contudo, o invólucro do seu
ser que era o seu corpo, retinha um espírito vazio, despojado de toda a
humanidade. O seu único medo e o qual não revelava a ninguém, era nada mais
nada menos que envelhecer. Era o que a atormentava dia e noite sem que ninguém
soubesse, o que a fazia mirar-se vezes sem conta ao espelho, temendo encontrar
uma falha na sua juventude que com o tempo de esvaía.
No dia em que fez trinta e cinco
anos, convidou para a sua festa de aniversário as figuras mais ilustres e não
hesitou em deixar de fora a sua amiga mais chegada, a qual encontrava-se muito
doente e com a pele coberta de chagas, segundo haviam-lhe dito. Naquela
fatídica noite ficou a arranjar-se no quarto enquanto o seu marido recebia os
convidados e passada uma hora e meia, surgindo finalmente no cimo da escadaria
de mármore que ia dar ao enorme vestíbulo, onde a aguardavam ansiosamente.
Adornada com diamantes refulgentes e envergando um magnífico vestido de seda
vermelha que contrastava com a sua pele de marfim, desceu as escadas com vagar
e não resistiu em olhar para o espelho que se encontrava no segundo patamar. O
que lá viu fê-la arquejar de horror e vacilar um pouco, esforçando-se por
conter-se logo de seguida. Parecia-lhe ter visto um rosto cadavérico e com a
carne putrefacta, como a de um cadáver no início da sua decomposição. Decerto
seria uma ilusão devido à ansiedade que sentia. Quando a convidaram para
dançar, avistou no vidro da janela que tinha vista para o jardim o mesmo rosto
e desviou imediatamente o olhar, concentrando-se no seu par de dança.
Rodopiando pelo vestíbulo com os seus passos elegantes, não conseguiu ignorar
os espelhos que cobriam as paredes e o tecto e sentiu-se quase a desfalecer
quando viu a figura putrefacta multiplicada em todos os espelhos. Ajudaram-na a
sentar-se numa cadeira e deram-lhe um copo com água, acalmando-a um pouco e
trouxeram o seu enorme bolo de aniversário, pousando-o á sua frente para que
ela soprasse as velas. Antes de soprar, fechou os olhos e pediu o seu desejo.
Uma corrente de ar frio trespassou-a e começou a sentir frio. Evitando olhar
para o seu reflexo nas superfícies espelhadas, apressou-se a ir buscar ao seu
quarto um xaile e, ao abrir a gaveta do aparador, olhou receosamente para o
espelho que o encimava e não ficou surpreendida ao voltar a ver o rosto
hediondo. Apesar de horripilante, lembrava-lhe a sua própria fisionomia, os
seus próprios traços delicados.
- Sim Leonor, esta é tu, por
assim dizer.
Assustada, olhou para a sua cama
e viu a mulher que tão bem conhecia sentada no seu leito, com a sua pele isenta
de feridas, limpa como antes fora. Queria perguntar-lhe como era possível que
ela se encontrasse naquele quarto mas ficara emudecida com o choque.
Adivinhando os seus pensamentos,
a sua velha amiga continuou:
- Este não é o meu corpo
material, apenas o meu espírito. Vim fazer-te uma última visita e avisar-te que
deves ter cuidado com a vida que levas. Deixa de viver tão obcecada com o que
aparentas e aprende a cultivar o teu interior, pois esse sim encontra-se a
apodrecer, uma vez que o ignoras por completo. Tens um bom marido e dois filhos
maravilhosos. Tens beleza e fortuna. Contudo, só dás atenção a ti própria e ao
que aparentas. Muda enquanto é tempo. Muda…
Numa lufada de ar gélido a mulher desapareceu
e Leonor deixou-se cair no chão, tentando respirar e recompor-se, de modo a
voltar a juntar-se à festa. Lembrou-se do desejo que pediu ao soprar as velas.
Tinha desejado que mais ninguém a não ser ela própria se apercebesse de todos
os defeitos que surgissem com a idade. Desejava ser sempre admirada e invejada,
ser sempre uma musa entre as musas. E assim teria de ser. Ao levantar-se sentiu
que o espelho à sua frente a chamava e mais uma vez quis contemplar o seu
reflexo. Desta vez deu um grito estridente, pois o seu rosto já não parecia
putrefacto. Era agora uma caveira sem pele nem carne, os seus olhos apenas duas
órbitas vazias. Não era apenas aquela visão que tanto a horrorizava mas sim o
que significava. Agora entendia o que se passava: o reflexo distorcida que vira
em todos os espelhos nada mais era que o reflexo do seu interior hediondo, o reflexo
do seu espírito conspurcado pela vaidade e pelo narcisismo. Tal como Narciso,
não conseguia deixar de olhar para o seu reflexo, indiferente ao facto de que
os espelhos não mentiam. O desejo que pedira fora concedido da pior maneira.
Seria impossível viver assim o resto dos seus dias, sem que enlouquecesse de
vez.
Ao ouvir os passos de alguém a subir os
degraus em direcção ao quarto, correu para a varanda, fechou a porta e
contemplou uma última vez o seu adorado jardim antes de subir para o corrimão da
varanda e atira-se dela abaixo. A visão do seu corpo esmagado nas lajes de pedra
era tudo menos agradável à vista, contrariamente ao que havia sido em vida.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Frase do Dia V
« As religiões são caminhos diferentes convergindo para o
mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que
alcancemos o mesmo objectivo? »
Mahatma Gandhi
Desde os primórdios que o a crença num ser superior faz parte da vida do ser humano. É neste/nestes ser/seres superior/ superiores que é depositada a confiança que ser-se protegido e guiado ao longo da vida, em direcção a um caminho de luz e evolução espiritual.
Praticamente todas as religiões baseiam-se em princípios semelhantes mas infelizmente todas procuram evitar-se umas ás outras. É aí que reside o cerne da questão: Para quê tanta intolerância entre as religiões se buscam o mesmo? Se houvesse apenas uma única religião, independentemente de qual fosse, sem dúvida que a riqueza dos povos seria bem menor, uma vez que haveria apenas uma única cultura. Existe imensa beleza num templo Budista ou Hindu, numa mesquita ou numa igreja. Todas as orações de todas essas religiões são igualmente belas e profundas, plenas de espiritualidade. Não leva a nada assassinar pessoas de uma religião oposta apenas porque muitos dos seus seguidores são corrompidos pela maldade. Existem pessoas más mas também existem pessoas extremamente nobres em qualquer religião. Não importa se se adora Shiva, Deus ou Alá, uma vez que são todos a mesma entidade, sendo apenas representada de formas diferentes. Deus é apenas um mas vemo-lo de diversas maneiras.
Sejamos tolerantes e aprendamos essas diferentes formas de ver Deus sem preconceitos ou juízos de valor. Afinal de contas somos todos irmãos, matéria da mesma matéria.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
The Rain
Rain, such
a musical word
So pure and
so perfect
Every time
I look outside
And it
rains,
I see a
different world
Spotted with pristine stains.
Rain,
silent echo in the mind
Messenger
from the spirit world
There is
magic within you
When I hear
you arrive
Drop by
drop you fall
In your
deepness I dive.
When I
reach my hand
And feel
the drops in my palm
I feel
fresh and purified
I feel blessed
and whole
Everything starts
making sense
And I
regain what sorrow stole.
Don’t
underestimate the power
That is
held by the rain
She may
come so gently
But then
become a flood
As fast as
a river
As thick as
the blood.
When I’m
truly in blue
She cries
along with me
Her tears
are so real
As real as
I feel
She is my
company
With nothing
to conceal.
Rain, you
are liquid poetry
A song that
never ends
Your lyrics
are words
That no one
can hear
Your
cadence is music
So loud and
so clear.
When she
falls in my head
She blesses
and baptizes me
All worries
are washed way
And I fall
in contemplation
Fears and
worries become nothing
When I feel
its sheer sensation.
I love the
smell she takes
Every time
she reaches the ground
It smells so
dry and fresh
That I
stand frozen in time
Shall I
offer her a poem
Shall I
offer her a rhyme?
domingo, 27 de janeiro de 2013
Um Adeus sob a Cerejeira
Visualizo cada memória que surge, lenta e suavemente,
A cada cair das pétalas das flores da cerejeira
Recordo o amor que surgiu calma e docemente
Quando a luz do sol em oiro se desfez
E os raios de luar floriram como o Lotus.
Revivo a cada segundo que passa, lento e doloroso
Os olhares que trocamos, incendiados de paixão,
A neve que caía graciosa naquele Inverno rigoroso
Em que nos encontrámos como ventos contrários,
Porém gémeos na intensidade do seu soprar.
Sentia medo dos perigos que meu destino assombrava
Por vezes mitigado pela tua protecção, sólido rochedo,
Perfeitos eram os momentos em cada gruta que nos abrigava
Até um novo amanhecer pleno de aventuras e promessas,
Naquela longa caminhava que nossos pés em chaga deixava.
Quando o mal ao nosso encontro vinha, inesperado,
Ofuscante era o brilho da tua espada cortante,
Cada movimento, cada golpe mortífero e controlado
Anunciava que eras um guerreiro pelos deuses escolhido
Que mil vezes te amaldiçoaram pela tua força.
Juntos vimos nossos rostos em lagos cristalinos reflectidos
Como perguntas mudas a um futuro fadado e incerto,
Juntos ficamos cegos pela força dos sentidos
Que nos juntava e separava a cada minuto,
Como as ondas do mar a embater nas rochas.
Juntos cavalgámos pelos prados de verde tecidos
E cruzávamos espadas numa luta a fingir,
Vimos os avisos nos carvalhos sábios e ressequidos,
No esvoaçar de suas folhas secas ao cair
Como o tempo que escoava na ampulheta da Vida.
Juntos cantámos hinos de dor e despedida
À beira da fogueira que mal aquecia nossos corpos,
O frio que nos assolava era morte e era vida,
Recordando-nos de quão breve era a estada
Num mundo onde os deuses brincam com nossas almas.
Agora jazo neste chão de pétalas, saudosa e triste
Com o carmim do sangue a manchar minhas vestes,
Despedimo-nos e logo teu inimigo com sua espada em riste,
Rasgou o meu ventre, terminando uma vida que nem começara
E deixando-me a agonizar, perdendo as forças aos poucos.
O vento consigo levará minhas últimas palavras murmuradas
E a terra tragará meu corpo que nela se fundirá,
Não regresses, por favor, com mil lágrimas amarguradas
E recorda com alegria as dádivas que partilhámos,
Nas águas serenas de um lago lá estarei
E quando a pálida lua emergir, de lá te olharei.
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