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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Folhas Caídas










Folhas caídas,
Esvoaçantes como seda ao vento,
Memórias esquecidas
E queimadas pelo ardor do tempo.
O sol com timidez
Brilha através de uma cúpula de cinzas
O vento que sopra brincalhão
Levando para longe o pensamento,
A chuva que cai sem razão
Porque a terra chama-a, moribunda.
O outono faz-nos pensar
E recordar o que tão depressa se foi,
É tempo de sonhar
Enquanto o sol morno nos aquece.
Um brilho saudoso no olhar
Quando o espírito cedo amanhece.
Um dossel de ramos nus
Acompanham as passadas aceleradas,
Nada faz realmente jus
À beleza das árvores enfileiradas.
O coração da estação
Que ainda que lento, continua a bater,
Um apelo à solidão
Que nos convida a sem rumo vaguear;
Não há fogo nem paixão
Mas um repouso que nos faz abrandar:
O outono é um velho moribundo
Que cansado arrasta seus pés,
De suave magia cobre o mundo
Percorrendo-o de lés a lés.
Vermelho, castanho dourado,
Serpenteando pela atmosfera gelada
Um sonho etéreo e encantado
Que se esfuma numa lareira incendiada,
Os cheiros que permanecem
De algo indefinível, contudo cativante,
Os relógios da igrejas
Anunciam as horas como de habitual,
Desta vez tocam
Por um presente repleto de poesia outonal.
O Outono é poeta
Que escreve sonetos nas folhas caídas
E suavemente nos alerta
Que o tempo é lento, mas as horas finitas.
Seu tapete de folhas estende
Até de vista se perder,
Dando boas vindas, silenciosamente,
Ao Inverno que cedo irá aparecer.
O Outono é breve
Como um suspiro de saudade,
É belo, fresco e leve
Libertador como a verdade.
Portanto dancemos
Como dançam as folhas caídas
E com solenidade festejemos

Fazendo coroas com as folhas colhidas.

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