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sábado, 27 de julho de 2013

Encontro de Sentimentos







Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da Terra. O ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez que não suportava mais ficar à toa e a LOUCURA, como sempre louca, propôs-lhe:
-Vamos brincar de esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou-lhe:
-Esconde-esconde? Como é isso?
-É um jogo - explicou a LOUCURA - em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se
escondem. Quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.
O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA... A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar. A VERDADE preferiu não esconder-se. Para quê, se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
-Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu tropeçando na primeira pedra do caminho. A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que, com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta. A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos: se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE, e assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início, ventilado, cómodo, mas apenas para ele. A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e o DESEJO, no centro dos vulcões. O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é importante. Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre as suas flores.
- Um milhão - terminou a LOUCURA, e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus no céu
sobre zoologia. Sentiu-se vibrar o DESEJO nos vulcões. Em um descuido encontrou a INVEJA, e, claro, pôde deduzir onde estava o TRIUNFO.
EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA. A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem se decidir de que lado esconder-se.
E assim foi encontrando todos. O TALENTO, entre a erva fresca; a ANGÚSTIA, em uma cova escura; a MENTIRA, atrás do arco-íris (não, mentira, ela estava no fundo do oceano); e até o ESQUECIMENTO, para quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.

A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se. Chorou, orou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia. Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na Terra, O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.

A Ilha






  Em certo lugar do oceano havia uma ilha onde moravam todos os sentimentos: a ALEGRIA, a TRISTEZA
e muitos mais, incluindo o AMOR.
 Um dia foi avisado aos moradores que a ilha ia afundar. Todos os sentimentos se apressaram em sair da ilha, embarcaram em suas lanchas e se prepararam para partir. Mas o AMOR ficou, porque queria demorar-se mais um pouco na ilha que tanto amava, antes de que afundasse.
 Quando, finalmente, a ilha começou a afundar, e o AMOR estava quase afogando, ele começou a pedir ajuda. Passava por ali a RIQUEZA, e o AMOR lhe disse:
- RIQUEZA, leve-me consigo!
- Não posso, carrego muito ouro e prata no meu barco. Não tenho espaço para você!
 O AMOR pediu ajuda à VAIDADE, que também ia passando:
- VAIDADE, por favor, ajude-me!
- Não posso ajudá-lo, AMOR! Você está todo molhado e vai estragar meu barco novo!
 Então o AMOR pediu ajuda à TRISTEZA:
- TRISTEZA, me deixa ir com você?
- Ah! AMOR! Estou tão triste que prefiro ir sozinha...
 Também passou a ALEGRIA, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o AMOR chamar!
Desesperado, o AMOR começou a chorar. Foi, então, que uma voz o chamou:
- Venha, AMOR, eu o levo!
Era um velhinho, mas o AMOR estava tão feliz que se esqueceu de perguntar-lhe o nome.
 Quando chegou à terra firme, o AMOR perguntou à SABEDORIA:
- SABEDORIA, quem era aquele velhinho que me trouxe até aqui?
A SABEDORIA respondeu:
- Era o TEMPO.
- O TEMPO? Mas por que só o TEMPO quis trazer-me?
A SABEDORIA respondeu:

- Porque só o TEMPO é capaz de ajudar e entender um grande AMOR!

Fonte: Muralijoia.com

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Mother Gaya




Mother Gaya,
Beautiful Maiden older than mankind
You have seen us evolve for too long,
It’s unbelievable that you are so strong,
You survived all the wounds that were inflicted
By your only children that are power - addicted.

Mother Gaya,
Wonderful queen dressed in green
With brown hair that smells like leaves,
Your beautiful eyes were stolen by the thieves
That used them to achieve greatness and wealth
Even if they were to risk their  health.

Mother Gaya,
You are the Muse and the Star
In a story with so many evil twists,
You were tied down by your wrists
While your skin became dirty and filthy
By the blood from the innocent and the greedy.

Mother Gaya,
Once you were adored with solemn rituals
Those were meant to ask for annual protection,
People presented you with gifts of affection
And respected the creatures that were sacred
But now these creatures fall under the hatred.

Mother Gaya,
You always cared about us, your children
But we take so much without given instead,
We ignored all the tears that you’ve shed,
Always wanting to stand proud and tall,
We decided that we could take it all.

Mother Gaya,
So many wounds we inflicted in you
Still you didn’t punish us as we deserved,
However the cold dish of punishment was served,
All the pain was caused by us alone
Because our hearts became made of stone.

Mother Gaya,
Once the beating of your heart was heard
And now it’s as silent as your voice,
We could have made a different choice
But it seems that we will never learn
That we must work hard to decently earn.

Mother Gaya,
Your beauty is still breathtaking and true
Although you are now covered in dust,
Your purity was tainted by our wicked lust
And now the animals are paying a high price
And the plants are cracking under thin ice.

Mother Gaya,
You don’t need us to survive
It’s we who need you constantly
But we are just too blind to see,
Arrogance has caused us too many tragedies
But still we struggle to live like deities

Mother Gaya,
So powerful and imposing you are,
Your waters are pure and crystal clear
Your trees are ancient sentinels, standing near,
Your mountains are giants that reach the skies,
Your fields are heaven when kissed by fireflies.

Mother Gaya,
Forgive us for we have sinned,
We pushed too hard to easily succeed
And took more than we would need,
We have doomed all living creatures to extinction
And now we whine about our selfish affliction.

Mother Gaya,
You are a sanctuary and a home,
A benevolent matriarch that should be respected,
Above all you should we cherished and protected
Let me humbly fall on my knees before you
And tell you sincerely that I love you too.


























quarta-feira, 24 de julho de 2013

Saudade






Saudade, palavra plena de dor,
É querer agarrar o passado entre as mãos,
É sofrer uma lenta tortura em silêncio,
É desejar um momento que não mais regressará,
Pois um momento passado nunca se repetirá.

Numa nascente de lágrimas me banho
Quando a saudade me esmaga o peito;
Fico de luto pelo ontem que se foi
Nem querendo do incerto amanhã saber,
Uma vez que o melhor já pude conhecer.

Notas de melancolia tristemente emanam
Das frouxas cordas do meu violino interior;
Não preciso de voz para poder chorar
Pois a maior dor é no silêncio mantida,
Não precisando sequer de ser conhecida.

O presente jamais poderá suplantar
O que no glorioso passado se viveu;
Recordá-lo deixa-nos de coração partido;
É como uma frágil jarra quebrada
Que jamais voltará a ser montada.

No cemitério das coisas passadas
Muitos de nós por horas vagueiam,
Impedindo-nos de viver por nós mesmos
A vida dura e repleta de solidão
Sem aqueles pedaços de pura ilusão.

Sentimos a vastidão do vazio
E o chão que foge sob nossos pés;
Sem a âncora do agora ficamos à deriva,
Arrastados pelas poderosas ondas dessa Saudade,
Nada mais que o espelho invertido da felicidade.

  Deixai-me desfalecer sobre as minhas memórias
Porque estranhamente preciso delas para viver
Para valorizar o que é realmente importante.
O passado é como a areia que cai
E que por nossas ávidas mãos se esvai.